Os aspectos atuais da orla do rio Cuiabá de Várzea Grande e sua situação de degradação terminaram por afastar as pessoas do contato visual e físico com o rio, contribuindo para o uso indevido de suas margens seja pelo descarte inadequado de lixo ou pela presença de moradores de rua, gerando insegurança para os usuários da região. Entende-se que a ocupação ordenada e cuidadosa das margens dos rios em grandes centros facilita a fiscalização dessas ocorrências, até mesmo por parte da população, que pode detectá-las no dia a dia. Esta ideia já é compartilhada por muitos ambientalistas e está presente também no discurso dos próprios técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) que veem como uma forma de degradação o recorrente abandono das margens dos rios por parte dos órgãos públicos. Diante dessa realidade, o novo projeto da orla adota um partido que reduz o espaço destinado aos carros, priorizando o uso e o espaço do pedestre, construindo uma nova relação de vínculos com o rio e seu entorno seja para a caminhada, o lazer, o exercício ou para permitir maior contato com a natureza. O partido urbanístico priorizou aspectos já consagrados de qualidade urbana: a diversidade de usos no programa e a priorização dos pedestres e ciclistas em detrimento do automóvel. Esses aspectos aumentam a sensação de segurança, já que o espaço permite ocupação em diferentes horários e dão liberdade à população de diferentes idades para usufruirem da orla.